Notícias

You are here:

Artista português está na 1ª edição da Bienal do Lixo de São Paulo

Bordalo II, jovem artista português que defende a arte como veículo de transformação da consciência social, segue passos do seu avô, defende na arte diálogo consciente entre o homem e o meio ambiente.

Uma escultura de Bordalo II será apresentada na Bienal do Lixo, evento que acontecerá do dia 26 de maio de 2022 a 05 de junho de 2022, no Parque Villa-Lobos em São Paulo. A entrada do evento será totalmente gratuita. 

Adepto da arte urbana, Bordalo decidiu buscar nos materiais de descarte como plástico, metal e materiais eletrônicos, a matéria-prima para a produção de sua arte, transformando o lixo em obras de arte em formatos de animais, criticando a forma que vivemos, abordando em suas instalações o desperdício, o materialismo, o consumismo e a necessária consciência de sustentabilidade. 

Bordalo II afirma que “infelizmente, nunca tenho problemas para arranjar mais lixo. O meu bem é o mal do mundo…”. Seus trabalhos mostram animais que são construídos a partir daquilo que os destrói (o lixo, o desperdício e a poluição). 

“Para nós, é uma satisfação ter a presença de uma obra de Bordalo II na primeira edição da Bienal do Lixo. Seu trabalho é criativo e impactante em suas cores e formas que dão o tom de sua expressão artística para o espectador questionar-se sobre várias questões” diz Rita Reis, diretora-executiva da La Mela, responsável pelo projeto da Bienal do Lixo. 

A Bienal do Lixo de São Paulo é um projeto cultural que tem a arte como meio de dialogar as relações do homem com o meio ambiente. O evento reúne obras de arte feitas a partir de material de descarte, intervenções artísticas, oficinas, mostra de cinema, palestras e painéis sobre o tema, sendo o projeto totalmente gratuito e acessível para pessoas com deficiências. 

Segundo a organização, inspirada em uma corrente artística mundial inovadora que foi impulsionada pelos problemas ambientais da atualidade, a Bienal do Lixo não se limita apenas em incluir o meio ambiente em suas criações, mas o converte na própria obra para promover a conscientização sobre a preservação do planeta. 

Dentre os artistas escolhidos para apresentar obras sobre o tema estão além de Bordalo II, Ca Cau, Jota Azevedo, Carmem Seibert, Jorge Solyano, Rafael Zaca, Valter Nu, Leo Piló, Afonso Campos, Ubiratan Fernandes e Luê Andradde. 

Outras atividades, como oficinas artísticas e painéis de diálogos nos quais empresas e organizações apresentarão ao público como elas vêm investindo em novos processos e modelos de negócios sustentáveis para reduzir o impacto ambiental, também fazem parte da programação. 

Além disso, uma Mostra de Cinema exibirá filmes sobre arte, meio ambiente e sustentabilidade, que acontecerá na biblioteca do parque. 

Os Painéis de Diálogos abordarão temas como logística reversa, economia circular, consumo consciente, educação ambiental, energias renováveis, gestão de resíduos e outros assuntos que possam colaborar com os rumos da política ambiental no país tendo sempre a arte como fio condutor, com a participação de artistas, agentes culturais, autoridades, jornalistas, cientistas, empresas, profissionais da área e ambientalistas. 

Dentro da programação da Bienal do Lixo, será realizada a 13ª edição do FIRS Fórum Internacional de Resíduos Sólidos, que acontecerá pela primeira vez em São Paulo, de 01 a 03 de Junho, das 10h às 17h30, e se consolidará como um importante evento técnico-científico realizado no Brasil sobre temáticas relacionadas a resíduos sólidos. As discussões abrangem desde estudos acadêmicos até detalhes das visões governamentais e empresariais sobre o tema e ocorrerá dentro da biblioteca do parque. 

O Parque Villa-Lobos, escolhido para sediar o evento, é um exemplo de transformação e recuperação da paisagem urbana. A área de 732 mil m2 onde está instalado já foi um lixão clandestino, que recebia entulho, resíduos da construção civil, material dragado do Rio Pinheiros, restos de lixo do Ceagesp e de 80 famílias que ali residiam de forma bastante precária. O projeto de recuperação ambiental resultou na remoção de 500 mil m³ e movimentação de 2 milhões de m³ de entulho e terra para acerto das elevações existentes e o Parque foi inaugurado em 1994 depois de amplo projeto urbanístico. “O local para a Bienal do Lixo não poderia ser mais pertinente. Mostra que é possível transformar”, finaliza Rita Reis. 

As principais entidades do setor também apoiam institucionalmente a Bienal do Lixo como Abeaço, Prolata, Abre, ABREE, Abren, Abrelpe, Abralatas, Limpa Brasil, Tampinha Legal, Ibá e Instituto Venturi, que coordena o Fórum Internacional de Resíduos Sólidos. 

Fonte: Mundo Lusíada

Notícias Relacionadas