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Europa diz que há condições para “reabertura segura” do turismo no verão
A União Europeia já tem as “condições certas” para uma “reabertura segura” do turismo no verão, assegurou o comissário europeu para o Mercado Interno, advertindo, porém, que a recuperação do setor “ainda vai demorar”.
“É claro que a situação [da pandemia de covid-19] continua difícil. Contudo, estou certo de que finalmente vemos luz no fim do túnel. Agora temos as ferramentas e condições certas para garantir uma reabertura segura da época do turismo”, frisou o responsável, na sessão de abertura do Fórum de Alto Nível sobre Sustentabilidade e Turismo, organizado pela presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).
Entre essas ferramentas, Thierry Breton, responsável pelo grupo de trabalho sobre a estratégia de vacinação da UE, destacou o “aumento considerável da capacidade produtiva” de vacinas, que o leva a crer que “em meados de julho” serão entregues “doses suficientes para vacinar 70% da população” da UE.
O certificado verde digital, o documento que visa facilitar a circulação no interior da UE atestando a imunização ou testagem negativa para a covid-19, permitirá também garantir a segurança do turismo, apontou o comissário.
“O Parlamento Europeu e o Conselho [atualmente presidido por Portugal] estão agora prontos para finalizar as negociações sobre o certificado até ao final do mês de maio. E estou confiante de que sim, conseguiremos tê-lo pronto para o verão”, salientou Breton.
Mas “a recuperação total do ecossistema turístico ainda vai demorar”, advertiu o comissário, apontando para a necessidade de “pensar além do verão”.
Por isso, os negócios do turismo devem “aproveitar as oportunidades da transição verde e digital”, recomendou Breton, sobretudo tendo em conta a “mudança nas necessidades de consumo” dos turistas, que hoje procuram “férias mais verdes, destinos com menos pessoas e mais próximos da natureza para deixar uma menor pegada ambiental”.
O “maior desafio” para os negócios do turismo é precisamente transformar estas mudanças de consumo dos turistas numa “oportunidade”, considerou.
O Fundo de Recuperação e Resiliência e o novo quadro orçamental da UE para 2021-2027, que representam um total de 1,8 biliões de euros, constituem “uma oportunidade sem precedentes” para os ministros do Turismo no reforço do setor.
“Na quarta-feira, a Comissão lançou um guia ‘online’ para ajudar as partes interessadas do turismo a navegar e aceder ao financiamento da UE para os próximos anos. Espero que isto chegue a tantos ministros do Turismo quanto possível”, disse o comissário.
Ações comuns
O ministro português da Economia, Pedro Siza Vieira, destacou neste dia 14 a necessidade de uma abordagem e de ações comuns para o turismo nos países da UE, que devem concentrar-se na recuperação imediata da procura no setor.
“Precisamos de ações comuns e de uma abordagem comum [ao turismo]. […] Vamos também garantir que nos mantemos concentrados na recuperação imediata da procura, para que os operadores turísticos mantenham a sua atividade”, afirmou o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, na abertura do Fórum Sustentabilidade e Turismo.
O governante destacou três eixos de atuação no que diz respeito ao futuro do turismo, que passam pela qualificação dos trabalhadores, a transição para práticas neutras em carbono e circulares no setor e a transição digital.
“É agora claro que, em todas as áreas da economia, os dados (‘data’) serão críticos para melhorar a forma como gerimos os clientes, os destinos turísticos”, referiu Siza Vieira.
O ministro da Economia lembrou que o setor do turismo é crítico para a recuperação das economias europeias, face à crise provocada pela pandemia de covid-19, e que, além da recuperação imediata do setor, é preciso trabalhar para que ele se torne mais resiliente.
“Temos de garantir que a capacidade instalada desta indústria – quer sejam as empresas, os postos de trabalho, ou todo o ecossistema – continuam capazes de responder rapidamente à procura que esperamos que seja recuperada no curto prazo”, acrescentou.
Por sua vez, o comissário europeu para o Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius, destacou a importância de um turismo costeiro e marítimo sustentável, uma vez que está particularmente exposto às ameaças das alterações climáticas.
“Para sermos totalmente ‘verdes’, temos de pensar ‘azul’”, afirmou o comissário, acrescentando que a UE tem uma “oportunidade única de começar do zero”, com uma estratégia para promover um turismo circular, responsável e neutro em carbono, com as regiões costeiras a liderar essa transformação.
Os ministros do Turismo da UE reúnem-se esta sexta-feira, à margem do Fórum de Alto Nível, para discutir as propostas dos intervenientes do setor para o futuro do turismo.
Sustentável
Já a comissária europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, sublinhou que a pandemia “acentuou fragilidades preexistentes” no setor do turismo e apelou ao desenvolvimento de um “modelo de turismo sustentável adequado ao mundo digital”.
“A covid-19 acentuou fragilidades preexistentes em algumas partes do nosso setor turístico. Temos de diversificar atividades para afastar o turismo do emprego sazonal de baixa remuneração, aumentar a cadeia de valor e desenvolver um modelo de turismo sustentável adequado ao mundo digital”, defendeu.
Elisa Ferreira, que intervinha na abertura do Fórum organizado pelo Ministério da Economia e da Transição Digital, salientou a necessidade de “reconstruir melhor” o setor do turismo, orientando-o “para o futuro”.
Para a responsável pela política de coesão do bloco comunitário, “já há muitos bons exemplos de projetos financiados” pela UE neste setor, mas há agora “um novo objetivo específico” que “reconhece o potencial de um setor de turismo modernizado para transformar as economias regionais”.
“Particularmente, queremos apoiar soluções digitais e projetos amigos do ambiente, incluindo a economia circular e soluções neutras em carbono, bem como iniciativas que acolham a diversificação do setor”, precisou.
O orçamento plurianual da UE para 2021-2027 e o Fundo de Recuperação e Resiliência, que representam um total 1,8 biliões de euros, constituem, de acordo com a comissária, “uma oportunidade de uma vida para investir no futuro deste setor”.
Fonte: Mundo Lusíada
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