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Instituto brasileiro para inclusão de pessoas com deficiência quer parceria com Portugal

O Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural, ONG brasileira que apoia pessoas com deficiência e criou índices de avaliação de inclusão nas empresas e entidades públicas, quer ter Portugal como “parceiro na Europa” dos seus projetos.

Fundado em 2007, o Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK) é uma associação sem fins lucrativos, que desenvolve projetos artísticos e desportivos para apoiar, prioritariamente, crianças, jovens e adultos com deficiência, sobretudo a nível intelectual, mas também pessoas em situação de grande vulnerabilidade econômica e social.

Hoje, na capital paulista, a organização atende 3.600 participantes ano, segundo o presidente da ONG, Wolf Kos, depois de ter participado num seminário em Lisboa, onde garantiu ter desenvolvido contatos com empresas, mas também com outras entidades portuguesas com o objetivo de trazer projetos para o mercado português.

Já a trabalhar com o Governo brasileiro, com quem tem contrato assinado, e com a Organização dos Estados Ibero-americanos, é agora objetivo da instituição levar o seu trabalho mais longe, ao mercado europeu, mas também à ONU, onde quer fazer chegar, até ao final do ano, a “Escala Cidadã”, um índice de avaliação da inclusão das pessoas com deficiência, recentemente certificado pelo Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, do Brasil, entidade tutelada pelo Estado que certifica a qualidade dos produtos.

“Temos um contrato assinado com o Ministério da Cidadania do Brasil para desenvolver esta ‘Escala Cidadã’ e o índice de inclusão da pessoa com deficiência”, referiu Wolf Kos.

“Agora, por exemplo, vamos pesquisar a maioria dos municípios do território nacional, com 5.400 municípios, para medir o grau de inclusão que têm e quais as políticas públicas que adotaram nesse sentido. Isto está sendo feito até ao fim do ano (…) para se poder construir políticas públicas”, adiantou.

Ao mesmo tempo, o instituto prepara-se para inaugurar uma filial no Rio de Janeiro e para abrir uma outra em Brasília.

Após ter participado num seminário em Lisboa, em abril, Wolf Kos garantiu que levou de Portugal para o Brasil “uma grande esperança” numa parceria, porque “foram feitos vários contatos e há vários interesses” em Portugal, afirmou. A intenção é que “Portugal possa ser o grande exportador e o grande parceiro” do instituto na Europa.

Para isso, adiantou, também já se tinha reunido, antes da vinda a Lisboa, com o cônsul português em São Paulo. “Eles já abriram as portas para que Portugal pudesse incentivar essa parceria”, disse o presidente da organização.

Contactado pela Lusa, o cônsul-geral de Portugal em São Paulo, Paulo Jorge Nascimento, confirmou ter tido uma reunião com responsáveis do Instituto Olga Kos, na qual lhe foi feita uma apresentação dos projetos da organização, mas foi mais cauteloso. “Houve de fato um primeiro contato” do Instituto Olga Kos, afirmou o diplomata.

“Se se verificar outro contacto, depois veremos qual a sequência a dar”, acrescentou, não afastando a possibilidade de, no futuro, poder vir a apoiar uma aproximação da organização a entidades portuguesas.

Sobre o trabalho que lhe foi apresentado pelo Instituto Olga Kos, o diplomata português disse que lhe pareceu “muito válido”.

“O que nós pretendemos é, através da arte, fazer inclusão. O instituto começou a crescer, porque nós fomos obtendo sucesso e a nossa maior preocupação surgiu da questão de saber se nós estávamos a fazer alguma coisa lúdica, ou se tinha algum cunho científico. E ainda se estávamos a fazer verdadeiramente inclusão”, explicou Wolf Kos.

Segundo o responsável, o objetivo do instituto é levar também o projeto “Escala Cidadã” à “Organização das Nações Unidas até ao fim do ano”.

A “Escala cidadã” mede o grau de inclusão de instituições, empresas e órgãos governamentais ou não governamentais, de pessoas com maiores dificuldades através de cinco variáveis e 37 indicadores.

“Não é punitiva, mas pode ser corretiva” e o grande objetivo do Instituto Olga Kos é que seja preventiva, adiantou. Tem quatro graus, e quando uma entidade “é plenamente inclusiva ganha um selo de inclusão”, frisou o responsável.

Assim, à medida que “as empresas vão avançando na inclusão, de acordo com a escala, vão podendo obter financiamento a taxas menores de juros, podem alongar prazo dos financiamentos”, explicou.

Atingirem o selo de inclusão, o que acontece quando chegam ao nível quatro, “vai ser um fator preponderante” nos concursos públicos, concluiu.

Fonte: Mundo Lusíada

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