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No Rio, presidente de Portugal destaca aumento da emigração brasileira

Foto Tomaz Silva/Agência Brasil

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve em sessão comemorativa ao centenário da travessia aérea do Atlântico Sul, no 1.º Distrito Naval, no centro da cidade do Rio de Janeiro, que contou com a presença do prefeito Eduardo Paes.

Em 1922, os aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral empreenderam a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Partindo do Rio Tejo, em Lisboa, onde a aeronave batizada por Lusitânia, um hidroavião monomotor especialmente concebido para a ocasião, realizou o primeiro voo ligando Portugal ao Brasil.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, destacou em seu discurso as ligações históricas entre os dois países e deu boas-vindas, em nome do povo brasileiro, ao presidente português e sua comitiva. “Quero deixar as boas-vindas calorosas do povo brasileiro, que tanto admira o povo português, que tanta identidade tem, e dizer que o senhor é muito bem-vindo a este país. Recebemos o senhor de braços abertos”, disse Paes.

No evento, o Presidente português destacou a recente vaga de emigração brasileira para Portugal, afirmando que “é algo muito novo e muito diferente”, e a evolução da legislação para aquisição de nacionalidade portuguesa e de residência.

O chefe de Estado realçou que Portugal já “permitiu até a mais uma geração adquirir a nacionalidade portuguesa” e que “também agora o brasileiro tem hipóteses mais amplas para poder ter a residência, poder ter os seus documentos formais e poder, por isso, circular na Europa”, disse.

Rebelo de Souza destacou ainda o novo tipo de visto, que permitirá aos brasileiros entrarem em Portugal para procurar emprego: “Vai entrar em vigor o novo visto para procurar trabalho, muito brevemente”.

Perguntado como os brasileiros estão sendo recebidos em Portugal, o presidente disse que da melhor forma possível, brasileiros são bem-vindos.

“Muito bem [recebidos] nos últimos anos. Cresceu o número de brasileiros para bem mais de 200 mil. Há uma cidade, que não é Lisboa ou Porto, se chama Braga, que em menos de dez anos cresceu 137% o número de brasileiros”, frisou Rebelo de Souza.

Depois, pelas redes sociais, o prefeito do Rio disse que recebeu “em nome do povo carioca o sempre simpático e educado presidente da pátria irmã Portugal” como parte das comemorações do Bicentenário da Independência. “Reiterei mais uma vez que nós brasileiros somos irmãos de Portugal e que somos uma nação majoritariamente bem educada e elegante não afeita a grosserias e rompantes desnecessários” declarou Eduardo Paes, diante da informação que Bolsonaro cancelou recepção ao presidente português.

Consulado

Num discurso no consulado geral português, no Palácio de São Clemente, em Botafogo, perante convidados portugueses e brasileiros, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que se está a assistir nos últimos anos em Portugal à “primeira grande, para não dizer a única, vaga com esta dimensão brasileira”.

“Ultrapassa tudo o que podíamos ter imaginado e reforça o que é fundamental, que é a presença dos povos. As pátrias constroem-se pelas suas lideranças, mas sobretudo pelos seus povos”, considerou.

O chefe de Estado acrescentou que “são os povos que afirmam a sua presença na criação da riqueza, na distribuição da riqueza, no cultivar a língua que nos é comum” e que, “quando os povos decidem, estão a decidir pelas pátrias”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “o povo português decidiu, ao longo dos séculos, não apenas amar o Brasil, mas fazer do Brasil uma prioridade nacional”, e o povo brasileiro está a fazer também “de Portugal uma prioridade nacional”, o que “é muito importante”.

O Presidente da República referiu que a “fortíssima comunidade brasileira” em Portugal, “uma comunidade que galopa”, é composta por mais de 200 mil pessoas, “a caminho dos 250 mil em breve”, que “se entrosa tão bem” entre os “dez milhões de portugueses”.

“Chegam todos os dias, chegam todas as semanas, chegam todos os meses, e para todo o território português, não é só Lisboa ou Porto, são outras grandes cidades, Braga, Viseu, Aveiro, transversalmente atravessando a sociedade portuguesa, regiões autónomas dos Açores e da Madeira”, prosseguiu.

Marcelo Rebelo de Sousa observou que “isto é muito novo e muito diferente” e que “muitos se não dão conta” desta realidade, declarou, segundo informações da agencia Lusa.

Por enquanto, o chefe de Estado português tem afirmado que mantém “o mesmo programa que tinha em mente”, dando a entender que o convite de Bolsonaro para um encontro em Brasília não foi formalmente retirado.

Antes de seguir para São Paulo, Marcelo Rebelo disse que gosta sempre de se encontrar com presidentes de “países irmãos” destacando as diferenças. “Uma das riquezas das relações entre Portugal e o Brasil é ao longo dos tempos termos encontrado maneiras de acomodar estilos pessoais diferentes para aquilo que é fundamental: os Estados darem-se muito bem”, acrescentou.

Por outro lado, assinalou que se vai deslocar dentro do Brasil “num avião da Força Aérea Brasileira”, que “não terá feito isso sem indicações expressas governamentais, muito provavelmente do Presidente da República Federativa do Brasil”.

“Ou seja, significa que há um grande gosto que o Presidente da República Portuguesa esteja no Brasil, que se proporciona todas as condições para estar no Brasil”, considerou.

Em setembro, Marcelo Rebelo de Sousa tem previsto regressar ao Brasil para as celebrações oficiais dos 200 anos da independência em relação a Portugal.

Fonte: Mundo Lusíada

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