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Orquestra Metropolitana de Lisboa em nova temporada

A próxima temporada da Orquestra Metropolitana de Lisboa começa com Brahms e Beethoven, em setembro, e há de lembrar Xenakis, estrear Francisco Lima da Silva, apresentar Dario Fo, com Beatriz Batarda, e Casanova, com Marcos Magalhães, entre dezenas de outras propostas.

A temporada 2022-2023 da Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML), a cumpriri até ao verão do próximo ano, foi apresentada pelo seu diretor artístico e maestro titular, Pedro Neves, na celebração dos 30 anos da sua fundação, a decorrer no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, destacando o “rico e valioso” capital humano e artístico desta estrutura.

“A comemoração dos 30 anos da Metropolitana continua a ser o motor gerador da Temporada 2022/2023 da Orquestra Metropolitana de Lisboa”, afirma Pedro Neves num comunicado enviado à agência Lusa, no qual coloca as seguintes questões: “Qual é a nossa base de sustentação?; Que voz temos na sociedade moderna?; Qual é o nosso capital humano e artístico, que nos permite avançar e evoluir?; e, Que futuro idealizamos?”

A estas questões o maestro responde “através das quatro linhas programáticas” em que estrutura a próxima temporada.

No início, a revisitação dos compositores Beethoven e Brahms “será a consolidação de um repertório orquestral que permite [à OML] obter a [sua] base de sustentação, nunca esquecendo a criação musical portuguesa”, que tem marcado presença regular no percurso da Orquestra, nomeadamente através de encomendas próprias.

Noutro eixo da programação, que dá resposta às inquietações expressas pelo maestro, “Viva Voz”, é dado espaço ao capital humano e artístico da Orquestra.

No terceiro eixo, “Concertatemente…”, é feito o alerta para “o futuro da nossa cultura [que] começa nos mais novos e nas famílias que os educam”.

Assim, um quarto eixo, “Estórias com Música”, que tem por alvo as próximas gerações, para que “sejam culturalmente mais ricas e prósperas”, aprofunda a vontade de “fazer parte desse percurso de aprendizagem”, de acordo com o maestro e diretor artístico, que teve na própria escola da OML um dos pilares da sua aprendizagem.

O concerto inaugural da temporada, no dia 11 de setembro, às 17:00, no CCB, junta no programa Beethoven e Brahms, com Pedro Neves à frente da OML, sendo solista a violinista alemã Alina Pogostkina. Do programa constam a Sinfonia n.º 1, de Beethoven, o 1.º andamento da sua Sinfonia n.º 10, incompleta, segundo orquestração de Barry Cooper, e, a fechar, o Concerto para Violino, de Johannes Brahms.

Nesta temporada, a OML celebra o centenário do nascimento do compositor Iannis Xenakis (1922-2001), de quem os percussionistas da Metropolitana vão interpretar “Persephassa”, num concerto “a anunciar” local e data.

Outros dos destaques é o ciclo de Música de Câmara, apresentada por Pedro Neves como “um elemento estrutural na atividade” da OML. Nesta temporada, são criadas semanas temáticas, como “espelho artístico [das quatro grandes] linhas programáticas”.

A destacar também, entre as dezenas de programas, no próximo dia 22 de março, a apresentação, em duas sessões, às 10:30 e 14:30, no LU.Ca – Teatro Luís de Camões, em Lisboa, o “Álbum para a Juventude”, na versão de quarteto de cordas. Além da peça homônima de Tchaikovsky, Rui Campos Leitão da Metropolitana fará os comentários.

A OML, com o Coro Juvenil da Universidade de Lisboa, protagoniza o concerto de encerramento do Festival Música Viva, a 27 de novembro próximo, no CCB. Este concerto, sob a direção de Pedro Neves, conta com a participação da pianista Elsa Silva e do músico Thomas Bloch (Ondas Martenot), e serão interpretadas obras de Claude Debussy, “Petite suite”, com arranjos para orquestra de Henri Büsser, de Constança Capdeville, “Que mon chant ne soit plus d’oiseau”, e de Olivier Messiaen, “Trois petites liturgies de la présence divine”.

O Teatro Thalia, também em Lisboa, é cenário de cinco concertos, em outubro, tendo Beethoven como figura central, nos quais participam solistas da Metropolitana.

A música de outro compositor alemão, também destacado por Pedro Neves, Johannes Brahms, motiva outros quatro concertos com solistas, entre 17 e 20 de novembro, no Thalia.

O pianista António Rosado toca em dois concertos com a OML, num sob a direção do maestro Jean-Marc Burfin, no dia 05 de novembro, às 19:00, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa.

Este concerto é constituído pela Sinfonia n.º 8, de Beethoven, “Clepsidra”, de Carlos Caires, e o Concerto para Pisano n.º2, de Brahms.

Outro, sob a direção de Pedro Neves, no dia 29 de outubro, às 19:00, será na Aula Magna da Universidade de Lisboa, com a estreia de “Under Water Cities”, de Francisco Lima da Silva. Do programa faz ainda parte a Sinfonia n.º7, de Beethoven, e o Concerto para Piano, de Brahms.

No âmbito do segmento programático “De Viva Voz”, no dia 04 de outubro, às 21:00, no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, a OML interpretará obras de Beethoven, num concerto dirigido pelo maestro António Saiote, que fará também os comentários.

O maestro Cesário Costa, ex-diretor artístico da OML, em fevereiro próximo, dirige a orquestra, numa criação de Beatriz Batarda a partir de textos de Dario Fo, “Outra Bizarra Salada”, no Teatro Municipal S. Luiz, em Lisboa.

“Casanova em Lisboa” é o título de outra apresentação, em março, no CCB, com direção musical do cravista Marcos Magalhães.

Este espetáculo, com base nas cartas do escritor Giacomo Casanova (1725-1798), conta com desempenhos dos atores Marcello Urghegem, no papel de Casanova, André Gomes, como destinatário das missivas, e Ana Quintans, nas diversas personagens femininas que se cruzaram na vida do aventureiro italiano, Ana Mafalda, D. Madalena, Ana Margarida e Inês de Cantillana.

O texto é baseado na obra “As Cartas de Casanova”, de António Mega Ferreira, ex-administrador da Metropolitana.

No âmbito do eixo “De Viva Voz”, o trompetista Sérgio Charrinho dirigirá o Brass Ensemble da Metropolitana, num programa em que constam John Williams, “Olympic Fanfare and Theme”, Derek Bourgeois, “Concerto Grosso” e a suite “William and Mary”, e Leonard Bernstein, com a abertura de “Candide”.

O eixo “Estórias com Música” abre no dia 04 de fevereiro, no Picadeiro Real do Museu dos Coches, com “Pedro e o Lobo”, de Sergei Prokofiev, com direção musical de Pedro Neves, e narração de Nuno Inácio, incluindo o programa a Sinfonia n.º 73, “A Caça”, de Haydn, e o conto “O Chapeuzinho Amarelo”, de Chico Buarque.

Este eixo tem programados quatro concertos, incluindo, entre outras, as peças “O Violino Cigano”, Pedro Faria Gomes, “A Arca do Tesouro”, de Eurico Carrapatoso, e “Romance do Grande Gatão”, de Sérgio Azevedo.

Estes concertos são todos no Picadeiro Real, nos primeiros sábados, de manhã, entre março e maio.

Dentro deste eixo para “novas gerações” está programado um conjunto de concertos, com os solistas da Metropolitana, intitulado “Estórias com Música… de Câmara”, que abre no dia 23 de março, com duas sessões, às 10:30 e às 14:30, no Lu.Ca- Teatro Luís de Camões, que envolve “Era Uma Vez uma Conversa”, com a participação da flautista Janete Santos. Neste eixo estão previstos cinco concertos.

A linha programática “Concertantemente…” abre em janeiro, com um programa constituído pela Serenata N.º 2, de Brahms, com arranjos de Mark Popkin e a Serenata para Sopros, de Antonín Dvorák.

O concerto é dirigido por Nuno Silva e realiza-se no dia 21 de janeiro, no Picadeiro Real, em Lisboa e, no dia seguinte, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal. Sempre às 17:00.

Neste eixo estão programados cinco concertos, entre eles, o do 31.º aniversário da Metropolitana, no dia 10 de junho de 2023, no CCB.

A orquestra será dirigida pelo maestro Emilio Pomarico, e serão interpretadas obras de Gyorgy Ligeti, “Lontano” e “Concerto romanesco”, e de Béla Bartók, o Concerto para Orquestra.

Neste eixo são ainda apresentados concertos com os solistas da Metropolitana, no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em abril, um concerto composto por duas sonatas em trio, do compositor checo Jan Dismas Zelenka (1679-1745), e outro totalmente preenchido por peças de Mozart, intitulado “Flauta com Mozart”. Para o MNAA estão previstos outros três concertos, num total de cinco.

A OML tem ainda programado participar no Festival A Música e o Mundo, Encontros Sonoros Atlânticos, no dia 17 de setembro, na Biblioteca Nacional, em Lisboa, assim como no Prêmio Jovens Músicos, no dia 30 de setembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, também na capital, no concerto de encerramento do 5.º Festival Internacional de Trompete “Almost 6”, e, em abril, no Festival do Violoncelo – Prêmio Paulo Gaio Lima, de homenagem ao professor e antigo solista da OML, que morreu em maio de 2021.

O programa do tradicional Concerto de Ano Novo, em 2023, “com sabor a Brasil”, sob a direção do maestro Evandro Matte, será apresentado ao longo da primeira semana do ano, em Lisboa, no dia 01 de janeiro, em Setúbal, no dia 05, em Santarém, no dia 07, e no Barreiro, no dia 8.

O Concerto de Carnaval, sob a batuta de Jan Wierzba, realiza-se no dia 12 de fevereiro, no CCB e, finalmente, o Concerto de Páscoa será preenchido com o Requiem, de Mozart, sob a direção de Pedro Neves, com o Coro Participativo da maestrina Filipa Palhares, e os solistas, Rita Marques (soprano), Catia Moreso (meio-soprano), Marco Alves dos Santos (tenor) e Laurence Meikle (baixo).

A programação poderá ser consultada na página da OML, em https://www.metropolitana.pt/.

Fonte: Mundo Lusíada

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