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Presidente do Senado se reúne com presidente de Portugal em Lisboa
O presidente do Senado brasileiro, Rodrigo Pacheco, foi recebido no domingo, dia 14, pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa.
No encontro, o presidente de Portugal e o presidente do Congresso brasileiro trocaram impressões sobre a convergência entre os países irmãos e os desafios enfrentados pelas duas nações. Ainda, a experiência vivenciada por Portugal, cujo crescimento econômico nos últimos anos levou a aumento na qualidade de vida dos portugueses — e, consequentemente, dos brasileiros que vivem no país.
“As duas nações são irmãs em um contexto histórico. Considero positiva a troca de experiência e iniciativas, e ainda tendo em vista que Portugal vivenciou um crescimento econômico exponencial nos últimos anos, com reflexos positivos na infraestrutura, com muito êxito na atração de turistas de várias partes do mundo, por exemplo, e no incremento da qualidade de vida dos portugueses e dos brasileiros que vivem no país” afirmou Pacheco.
O presidente do Senado ainda fez uma explanação sobre os desafios que o Brasil enfrenta atualmente no campo político e econômico.
“Os desafios são enormes, tanto no campo político como no econômico, mas ressaltei ao presidente português a minha esperança de que temos plena capacidade de superar esses entraves, caso tenhamos a junção de muito trabalho e de muita união entre todos os brasileiros” declarou à Agência Senado.
“Eu tive a melhor impressão do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, me recebeu muito bem, um homem muito cordial, muito inteligente e um profundo conhecedor da política brasileira, que sabe dos problemas e desafios que nós temos no Brasil e que se dispôs a ajudar nesses desafios, no rompimento desses obstáculos e barreiras”, afirmou o senador Rodrigo Pacheco, em declarações à Lusa.
“A compreensão do Governo português sobre a participação de brasileiros em Portugal, como úteis para a evolução do país é algo que nos deixa muito felizes”, declarou Pacheco, elogiando Marcelo, segundo ele, “uma expressão muito fiel e digna do que é a qualidade do povo português, que sempre trata o Brasil e os brasileiros muito bem”.
Sustentável
Pacheco também participou, em Lisboa, do Seminário Agronegócio Sustentável no Brasil e Mostra da Economia Criativa da Amazônia, e disse que o Brasil possui capacidade de desenvolver sua produção de alimentos de forma sustentável, ao mesmo tempo ambientalmente correta e lucrativa.
Ele defendeu o combate ao desmatamento ilegal da Amazônia, o estabelecimento de políticas públicas de incentivo às comunidades locais e as inovações tecnológicas no agronegócio como medidas para atender as metas de controle do clima e garantir o aumento da produtividade no país.
De acordo com o presidente do Senado, ao passo que os países negociam o caminho para conter o aumento da temperatura global, é preciso salientar que a redução da emissão de gases do efeito estufa significa também mudar a operação atual da economia.
“Essa mudança engloba da geração de energia à produção de alimentos. E o agronegócio brasileiro tem papel fundamental. E digo com muito orgulho, que se tem algo que o Brasil aprendeu a fazer e faz bem é o agronegócio. E nós temos que tomar muito cuidado com as afirmações, com as iniciativas, que por vezes desprestigiam aquilo de positivo que nós temos no Brasil. E o agronegócio é algo muito positivo no país, que deve ser destacado, que deve ser dito mundo afora. Vejo com muita nitidez uma conscientização absoluta do setor em relação à importância de se preservar o meio ambiente e da absoluta compatibilização desses dois valores: a boa e a alta produtividade com a preservação ambiental”.
Para Pacheco, essa compatibilização só será possível com o combate ao desmatamento ilegal das florestas brasileiras. Ele disse ainda que há diversos locais do Brasil que desenvolvem técnicas e inovações para produzir de forma sustentável. Segundo ele, existem 50 milhões de hectares de terras degradadas no território nacional passíveis de recuperação e posterior uso em reflorestamento ou mesmo no plantio, o que pode inclusive fortalecer o agronegócio.
“O mercado e os créditos de carbono, nos quais quem evita ou captura gases do efeito estufa é remunerado por fazê-lo. Existe igualmente a possibilidade de realizar extrativismo na floresta de modo sustentável, obter lucro a partir do potencial biológico daquele ecossistema sem degradá-lo no processo. Podemos ir muito mais longe, evitando a destruição da Amazônia. É viável obter elevada produtividade e manter aquele bioma intacto. Sem a floresta e sem frear a mudança climática não há futuro de longo prazo para o nosso agronegócio”.
Ele também destacou a importância de uma política pública que estimule a conscientização e subsistência das comunidades locais para manter a floresta em pé.
Pacheco ainda alertou para o fato de outros acordos internacionais, que podem beneficiar o Brasil, não serem formalizados em razão do desmatamento ilegal.
“A ratificação do tratado Mercosul-União Europeia pode significar a eliminação de quatro bilhões de euros em tarifas de importação e depende de ações concretas contra essa mudança climática. Sem isso, será difícil de ser validado. Portanto, há uma necessidade de mobilização geral nossa para que haja a ratificação desse acordo a partir da mudança desses parâmetros, algo perfeitamente possível”.
O evento, que ocorreu dia 12, teve o apoio das Comissões de Relações Exteriores (CRE) do Senado e da Câmara e “foi idealizado de maneira a projetar a imagem do Brasil como potência agroambiental, um dos países com o maior potencial para o desenvolvimento da chamada economia verde e culturalmente rico e diverso”.
Foram programados quatro ciclos de palestras: Agronegócio Sustentável no Brasil, Comércio Exterior e Segurança Alimentar, Financiando o Desenvolvimento Sustentável e Economia Criativa da Amazônia. Entre os palestrantes estiveram o embaixador do Brasil junto à União Europeia, Marcos Galvão, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, segundo a Agência Senado.
Fonte: Mundo Lusíada
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