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Pressões Comerciais Impulsionam o Acordo MERCOSUL-UE

O recente aumento de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos europeus — como aço, alumínio e itens do agronegócio — reacendeu o interesse político e econômico em torno do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Com alíquotas que chegam a 50% em algumas categorias, as novas medidas protecionistas dos EUA colocaram pressão sobre a Europa, que agora busca diversificar parcerias estratégicas e reduzir sua dependência do mercado norte-americano.

 

Nesse contexto, o acordo com o Mercosul voltou ao centro das discussões em Bruxelas. Países como Espanha e Portugal têm reiterado apoio à iniciativa, ressaltando os benefícios mútuos para indústria, comércio e agricultura. A lógica é clara: diante de barreiras crescentes no mercado americano, a Europa precisa ampliar sua presença em blocos como o sul-americano, especialmente em setores estratégicos como energia, alimentos e matérias-primas.

 

Por outro lado, ainda persistem resistências internas, sobretudo por parte de países europeus com forte lobby agrícola, como a França. Esses governos defendem cláusulas ambientais mais rígidas e medidas de proteção à produção local, o que inclui exigências como as chamadas “tarifas-espelho”. Apesar disso, há uma percepção crescente de que o clima político nunca foi tão favorável ao avanço do tratado.

 

O presidente da república participou recentemente de articulações nesse sentido, em encontros com lideranças europeias, defendendo um acordo com equilíbrio e compromisso sustentável. Embora o texto final do acordo já tenha sido concluído em 2024, sua entrada em vigor ainda depende da aprovação dos Parlamentos nacionais dos países do Mercosul e da ratificação pelo Parlamento Europeu.

 

A guerra comercial iniciada pelos EUA acabou funcionando, portanto, como catalisador. A expectativa é de que o acordo possa ser assinado ainda em 2025, e que a tramitação legislativa avance com maior agilidade. Resta saber se a pressão externa será suficiente para vencer os entraves internos da União Europeia — e consolidar um dos maiores acordos comerciais do mundo.

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