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Adoecimento psíquico em cargos de confiança: O peso do silêncio e da lealdade [Mental One]
 
											Por Mental One
Eles estão sempre disponíveis. São os primeiros a chegar e os últimos a sair. Inspiram confiança, são discretos, resolutivos — e raramente demonstram fragilidade. Mas, por trás dessa postura incansável, muitos profissionais que ocupam cargos de confiança enfrentam um sofrimento silencioso, alimentado por uma mistura perigosa de lealdade, isolamento e excesso de responsabilidade.
Neste artigo, propomos uma reflexão urgente: por que tantos líderes e gestores de confiança adoecem sem pedir ajuda? E o que as organizações podem fazer para romper esse ciclo?
A solidão de quem cuida de tudo
O adoecimento psíquico em cargos de confiança não costuma aparecer de forma abrupta. Ele se constrói em camadas, ao longo do tempo, à medida que o profissional assume responsabilidades crescentes — muitas vezes além do seu escopo formal — sem o devido espaço de acolhimento, descanso ou escuta.
Trata-se da chamada síndrome do guardião: aquele que protege a cultura, segura os bastidores, apaga incêndios, traduz decisões difíceis e amortece o impacto de mudanças. Na prática, essa pessoa atua como um elo entre a alta liderança e os demais times — e, frequentemente, paga o preço emocional por isso.
Por que profissionais de confiança adoecem em silêncio?
Alguns fatores ajudam a entender esse fenômeno:
• Lealdade institucional mal compreendida: o compromisso com a organização, quando não equilibrado com o cuidado pessoal, transforma-se em autoabandono.
• Falta de espaço para vulnerabilidade: muitos desses profissionais sentem que “não podem fraquejar” ou que expressar cansaço será interpretado como fraqueza.
• Isolamento estrutural: quanto mais alto o cargo, menor tende a ser o número de pares com quem compartilhar angústias — alimentando a solidão da liderança.
• Carga emocional não reconhecida: além das metas e responsabilidades objetivas, esses profissionais acumulam impactos subjetivos, como gestão de conflitos, tomada de decisões difíceis e mediação de tensões entre áreas.
Esse cenário contribui diretamente para o desenvolvimento de quadros de ansiedade, burnout, insônia crônica e, em alguns casos, até depressão funcional — aquela em que o profissional continua operando, mas emocionalmente esgotado.
O silêncio como armadilha
Muitos profissionais de confiança aprendem, ao longo da carreira, que “problemas se resolvem com competência” — e que pedir ajuda é sinal de despreparo. Isso alimenta uma cultura de silêncio, onde o sofrimento é internalizado até o ponto de colapso.
A verdade é que, quanto mais esses líderes se calam, mais invisível se torna o peso que carregam — e mais difícil se torna intervir antes do adoecimento.
Como as empresas podem cuidar de quem cuida?
Criar um ambiente em que líderes e profissionais de confiança também possam ser acolhidos é uma responsabilidade estratégica da organização. Algumas práticas essenciais:
1. Normalizar a vulnerabilidade
Permitir — e valorizar — espaços em que lideranças possam expressar dúvidas, inseguranças e limites humanos. Isso não enfraquece sua autoridade: humaniza sua presença.
2. Oferecer suporte emocional específico
Programas de saúde mental para a liderança, sessões de escuta confidencial e acesso à psicoterapia corporativa são recursos fundamentais para prevenção.
3. Redefinir o que é lealdade
Lealdade não é silêncio, nem sobrecarga. É compromisso com o todo — inclusive com a própria saúde. As empresas precisam incentivar esse olhar equilibrado como parte da cultura de confiança.
4. Criar redes de apoio entre pares
Espaços de trocas entre gestores ou entre cargos de confiança reduzem o isolamento e fortalecem a empatia horizontal.
Cargos de confiança não deveriam ser sinônimo de sacrifício emocional. Profissionais estratégicos que adoecem em silêncio não apenas colocam sua saúde em risco — eles também enfraquecem a base de sustentação das próprias empresas.
Cuidar de quem carrega o bastidor é cuidar da estrutura. Reconhecer o peso invisível da confiança é o primeiro passo para torná-la sustentável, saudável e, de fato, humana.
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