O lean management pode ser uma ferramenta poderosa na concretização de Inovação empresarial, não só pela sua adoção, enquanto elemento de transformação, e modelo de inovação organizacional que lhe subjaz, mas também pelo forte contributo em outras dimensões de inovação, de processos, tecnológica, comportamental e afins.

Ao centrar-se em fatores relevantes de desempenho operacional, no combate aos inibidores de desempenho (variabilidade, flexibilidade, desperdícios e paradigmas), ou melhor, na melhoria do desempenho operacional rumo à excelência, ela mantém um ritmo de transformação constante, por imposição à identificação de causas raízes de problemas, ou para as forças de ação orientadas para a procura sistemática de melhorar os indicadores de desempenho operacional.

Por exemplo, se no combate sistemático à erradicação do inibidor subjacente ao conceito de desperdício no lean, tal determina alterações no processo, através da sua automatização, isto contribui para a inovação. Uma inovação assente em resultados e em return on investment (ROI) efetivo e mensurável, algo que o lean traz muito à dimensão empresarial através da valorização, medição de impacto e rastreabilidade.

Se quisermos transformar um processo de emissão de relatórios por via de uma app, para assim eliminarmos pontos de descentralização e dispersão de informação, tratamento administrativo e formatação, estamos a criar condições para uma transformação de cariz tecnológico por via de abordagem da prática de lean.

Mesmo ao nível do produto, ao encararmos, por exemplo, melhores condições para o seu armazenamento, manuseamento e transporte, através de melhorias no design do produto ou embalagem, para assim facilitar a redução dos tempos e recursos associados, conseguimos também promover a uma inovação ao nível do produto.

Na essência, o lean é uma ferramenta de inovação, mas que na prática é a inovação que vive da sua essência, numa plena simbiose que se traduz em melhorias efetivas no desempenho da organização e, por inerência na sua competitividade. Não se deve negligenciar o poder e a força transformadora do lean.

Lúcio Trigo, Partner da Leanked – Grupo HM Consultores