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Baterias Moura: De Pernambuco para o Mundo – A estratégia de sucesso para as próximas gerações [Azevedo Neto Advogados]

Em nossos artigos, sempre conversamos com você sobre arquitetura sucessória, falando sobre casos de sucesso e outros em que a ausência do planejamento, fatos imprevistos ou um mau planejamento destruíram o patrimônio familiar. 

Sempre temos grande satisfação em analisar casos de sucesso de famílias brasileiras, que construíram seu patrimônio e cresceram desenvolvendo seus negócios e gerando empregos em nosso país.

E podemos sempre aprender com os erros de determinados planejamentos que, por motivos muitas vezes imprevisíveis, fracassaram. 

Hoje, vamos falar sobre um caso de sucesso!

Todos já ouvimos falar das Baterias Moura. Mas, você conhece a sua história?

• Baterias Moura: de Pernambuco para a América Latina

• Planejando a Sucessão com Sucesso

• A Arquitetura do Sucesso

 

Baterias Moura: de Pernambuco para a América Latina

A Acumuladores Moura S.A., fabricante das “Baterias Moura”, nome conhecido dos brasileiros, foi fundada em 1957, por Edson Mororó Moura e sua esposa Conceição Viana Moura, em Belo Jardim, Pernambuco, no pátio de sua casa. 

Ao longo dos anos, o negócio se expandiu, possuindo, hoje, sete fábricas, em Belo Jardim, em São Paulo e, em Córdoba, na Argentina, que produzem as baterias de mais da metade dos carros fabricados no Brasil, com um faturamento, em 2017, de R$ 1,22 bilhões de reais! 

O negócio, antes focado na fabricação de acumulares elétricos para o mercado automotivo, cresceu e hoje fornece baterias para os mercados náutico, logístico, de telecomunicações, sistemas de no-break, de acumuladores para fontes renováveis de energia e veículos elétricos, demonstrando a importância da diversificação, inovação e da busca de novos mercados (https://azevedoneto.adv.br/do-vhs-ao-streaming-a-importancia-da-profissionalizacao-da-gestao-no-seculo-xxi/)

Edson Moura contou em entrevistas histórias que demonstram como sua curiosidade, tenacidade e espírito empreendedor, combinados à sua obsessão em estudar, pesquisar e aprender, culminaram em seu sucesso! 

Como resultado, hoje, a Baterias Moura é a maior empresa do ramo no segmento de acumuladores da América Latina. 

Segundo pesquisa da consultoria PwC, 75% das empresas familiares no Brasil fecham após serem sucedidas pelos herdeiros, um dado preocupante em um universo em que 9 em cada 10 empresas no país são familiares, como mostra o IBGE.

O faturamento de tais empresas, representa 65% do PIB nacional e elas empregam 75% dos trabalhadores.

O que torna preocupante o fato de que somente 7 em cada 100 empresas chegam à terceira geração.

Nesse contexto, vamos compreender um dos motivos do êxito das Baterias Moura! 

 

Planejando a Sucessão com Sucesso

Qual a estratégia que contribuiu para o sucesso da Família Moura?

Do interesse e envolvimento dos filhos nos negócios familiares à busca de modelos de negócios que permitissem o crescimento dos negócios, a marca “Baterias Moura” cresceu e, nos anos 70, passou a fornecer acumuladores de energia à montadora automotivas como a Fiat.

O espírito de inovação ao investir em soluções para o armazenamento de energia de fonte renováveis, como a eólica e a solar, é chave para o crescimento do negócio.

Hoje, a “Baterias Moura” é comandada por Sérgio Moura, filho do fundador Edson Mororó Moura, que declarou ao jornal “Valor Econômico”: “Temos orgulho, como empresa brasileira, de ter a inovação como uma premissa”. 

Os filhos de Edson, desde cedo, participaram ativamente da gestão do negócio. Desde 1995, a família buscou orientação para a realização de arquitetura sucessória que, como o próprio nome indica, é um processo.

Como uma casa, a arquitetura sucessória depende de um projeto adequado à necessidade de cada família. O projeto deve ser executado com cautela, para garantir que a estrutura, parte elétrica e hidráulica, paredes e tudo mais funcione adequadamente e que se alcance o resultado desejado.

Um excelente projeto pode ser “perfeito” no papel. Contudo se não for bem executado, como falhas nas partes elétricas e hidráulica, pode perder a sua utilidade, se não for reparado adequadamente. 

Edson faleceu em 2009, aos 79 anos de idade, mas diante da preparação da sucessão, não apenas de bens, mas também da gestão da empresa, na qual os filhos se dedicaram a conhecer o negócio e o mercado correlato, para permitir o seu crescimento, sendo realizada a adequada transição da administração.

Na “Baterias Moura”, por exemplo, os membros da família não ocupam função executiva ou são funcionários da empresa. Sérgio Moura, filho de Edson, por exemplo, compõem o Conselho de Administração da sociedade. 

Os membros da diretoria foram contratados mediante profissionais do mercado, cujo conhecimento e experiência podem agregar valor aos negócios. 

A profissionalização da gestão levou ao aumento da receita da empresa, que, em 14 anos, aumentou em 6 vezes. 

 

A Arquitetura do Sucesso

Para entendermos os casos de sucesso, se faz necessário entender que conflitos entre sócios são comuns em quaisquer sociedades, sejam elas familiares ou não. Porém, nas empresas familiares tais conflitos trazem consequências ainda mais graves ao impactar nas relações entre os membros da família. 

Todos conhecemos a “Cachaça 51”, dona do slogan “uma boa ideia”, já consolidado na cultura brasileira. 

A empresa foi criada por Guilherme Müller Filho, em 1959, em Pirassununga/SP, dominando seu mercado até 2005, com o falecimento de seu fundador. Porém, este não havia planejado a sua sucessão e os conflitos entre seus herdeiros tomaram rumos bastante graves. 

O resultado das brigas…. intermináveis processos judiciais que prejudicaram a posição da empresa em seu mercado e deterioraram o seu patrimônio, sem contar o prejuízo ao patrimônio pessoal de cada um dos herdeiros. 

Contudo, este não é um caso isolado. 

A história traz muitos exemplos de grandes empresas destruídas por conflitos entre os membros da família que somente beneficiaram os seus concorrentes e aqueles interessados em adquirir a empresa por valor menor. 

A família Matarazzo, a qual era detentora de amplo patrimônio, com ênfase na indústria têxtil, viu seu patrimônio sucumbir a conflitos, assim como a família Maksoud, a qual se destacava no mercado hoteleiro. 

Tais conflitos tinham algo em comum: a briga pelo poder e a falta de profissionalização da gestão. 

Tais discordâncias também existem em empresas familiares menores. 

Há muito mais a perder do que o patrimônio familiar, prejudica-se a harmonia das relações familiares! 

Por sua vez, há empresas familiares que resistiram ao tempo, às crises e à mudança de gerações. 

Empresas familiares como Droga Raia, “Baterias Moura”, Magazine Luíza, Grupo Votorantim e a Lupo sobreviveram às crises e guerras e cresceram em um ambiente político econômico instável, como o brasileiro. 

Vamos observar tais empresas primeiramente pelo viés dos fatores externos como crises político-econômica, guerras e conflitos. 

Crises certamente representam um grande desafio, mas também podem ser vistas como oportunidade de negócios, na medida em que para se adaptar novos nichos de mercado podem ser explorados.

 A Droga Raia, fundada em 1905, por exemplo, em meio à Gripe Espanhola (1917 – 1918), notou a procura por medicamentos e atendimentos durante a madrugada e passou a atender 24 horas por dia. 

A Lupo, empresa centenária do setor têxtil, conhecida pela fabricação e comercialização de meias, durante a pandemia do COVID 19 investiu na inovação tecnológica para aprimorar as vendas no mundo digital e melhorar sua eficiência e a experiência do consumidor. 

Ainda, ao observar a necessidade do mercado por máscaras faciais, destinou parte de sua produção ao desenvolvimento e fabricação de máscaras. O que, em conjunto com a inovação tecnológica, levou ao crescimento da marca, por meio do aproveitamento de capacidade produtiva ociosa. 

Podemos depreender destas duas histórias de sucesso que sobrevivência e crescimento podem vir da observação e compreensão da realidade para se buscar oportunidades! 

Conflitos familiares interpessoais e a briga pelo poder podem ser evitados por meio da profissionalização da gestão. 

Ao analisarmos os casos de sucesso, o que essas empresas têm em comum, que permitiu a reinvenção, o crescimento e a inovação, além da preservação do patrimônio?  

Se o patrimônio familiar nasce dos sonhos e valores pessoais de seus fundadores, os quais se sacrificam para a construção de um legado a ser deixado para as gerações futuras. 

Porém como saber se seus herdeiros e sucessores estão aptos ao desafio de preservar o que foi construído e expandir o patrimônio!? 

Investir na profissionalização da gestão dos negócios, para que não haja briga pelo poder e todos aqueles membros da família envolvidos na gestão do negócio estejam preparados e aptos para tanto é a melhor forma de se preservar o legado. 

A profissionalização é o que distingue as empresas familiares que sobreviveram e cresceram em meio às crises daquelas que tiveram de fechar suas portas e encerrar suas atividades. 

Seja por meio da contratação de terceiros que detenham o conhecimento técnico necessário, seja por meio da preparação dos membros da família para que estejam aptos à gestão, a profissionalização é elemento essencial para a preservação do patrimônio. 

Além disso, há instrumentos jurídicos como contrato ou estatuto social e acordo de sócios que podem evitar a briga pelo poder e, desde logo, especificar as formas para a resolução de conflitos, obrigações e direitos de cada parte, dentre outras. 

Tais regras devem ser determinadas de maneira clara e serem de conhecimento de todos os envolvidos no processo de sucessão. 

Importante lembrar que não há uma fórmula exata a ser seguida, para cada família, há variáveis a serem consideradas para cada caso prático.

Os profissionais do Azevedo Neto Advogados estão à disposição de seus clientes e parceiros para maiores esclarecimentos e eventual estruturação estratégica!

 

 Fonte: Assessoria

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